Visualizando Complexos e Suavizando Seus Efeitos

Tempo de leitura estimado: 5 mins

Uma Instrução Sobre Uma Prática
De Se Visualizar Certos Complexos
E Controlar Seus Efeitos No Plano Físico
Baseado em Liber III vel Jugorum.
Podendo Ser Uma Instrução
De Como Usar o Controle Obtido Com a Prática do Mesmo
E uma Instrução de Reflexão Moral
Em um Sentido Mais Amplo.

0. Faze o que tu queres será o todo da Lei.

1. Primeiramente, deixe-se ficar por um certo tempo imóvel, pode ser deitado, e deixe que seus pensamentos fluam, sem qualquer rédea, não se prendendo a nada. Observe as coisas terríveis que virão à tona, vindo da profundidade de sua mente; perceberás que mesmo quando a mente te mostra algo belo, vem algo e destrói esta primeira impressão deixando você assustado e em terror.

2. Assim fazendo, poderá vislumbrar coisas que são intimas até para ti mesmo, você terá horror do que crê que é, porque te disseram que o homem é aquilo que pensa, e tais deformidades revelam aquilo que você é no seu interior, e que você restringiu, a fim de esconder de todos, mas principalmente de você, estas feras terríveis, que pela aparência que têm te assombram. São os demônios que você prendeu, com um fino barbante, amarrados com nós como os de sapatos, das quais, estes terríveis demônios se libertam, não em seu pensamento, mas em suas palavras, e em seus atos, em especial aqueles os quais você não tem controle por serem costumeiros e comuns a todos.

3. Determine um tempo, todo dia, para conhecer melhor estas feras presas em sua mente, observe-as, não julgue, deixe o seu senso de julgamento eclipsado, comporte-se como se estivesse vendo uma reprise de uma novela mexicana com dublagem ruim; de forma que seu sentimento e julgamento sejam nulos, apenas assista, sem restringir nada, nem mesmo àquilo mais terrível e infame, nem mesmo o mais belo e alegre pensamento, apenas assista.

3. Tendo estes pensamentos estando enfraquecidos, e se mostrando mais dóceis, será para você fácil dominá-los. Pois as feras, quando livres, tendem a se acalmar; logo, assim deverá ser feito com a mente. Feras somente atacam quando têm fome, ou quando são maltratados, e admitindo-se os pensamentos como seres “vivos” dentro de nossas esferas mentais, quando restringidos tendem a se voltar contra o seu dono, porque querem ter seu próprio espaço. E assim como em uma revolução, eles tendem a se libertar de uma forma sutil (lê-se, despercebidas), porém em situações mais concretas, e nós pela nossa falta de sutileza os deixamos livres e morando em detalhes de nossas atitudes e de nossas palavras, racionalizando e dizendo ser comum tudo aquilo que é para não ser restringido aos outros, sua liberdade de ser. A verdade é que acabamos sendo sabotados por tais pensamentos que, no final, são uma afiguração de nossos complexos e se comportam da forma daquilo que se chamavam na idade média de demônios.

4. Pois bem, “liberte seus demônios!”.

5. Uma vez livre, o pensamento, se acalmará e desta forma será possível ver a face real destes complexos, é verdade que existem meios mais drásticos de se lidar com eles, como os processos de Evocação, que não serão tratados aqui, mas na maioria dos casos pode se dizer que este método resolveria grande parte do problema, assim facilitando e diminuindo os efeitos de métodos mais drásticos ao paciente, que acaba sendo o dono da força atuante sobre tais complexos.

6. Pois bem, passe a refletir sobre as coisas que acontecem em seu cotidiano, deixe que fluam seus medos, suas “irresponsabilidades”, em fim, tudo que, de uma forma ou outra, o fez libertar seus demônios no local errado, ou seja, em suas atitudes. É particularmente necessário fazer um comentário a este respeito no que se refere a libertar estes complexos em nossas atitudes, em geral é quando cometemos aquelas besteiras, das quais somos obrigados a pedir desculpas depois, em especial às pessoas que nos cercam e que importam para nós; dizer “verdades” às vezes pode ser danoso se não feito da forma certa; espere, não estou dizendo que dissimulação é melhor que a sinceridade, só o que quero dizer é que tato deve ser aplicado quando usamos a nossa sinceridade para que o outro não solte seus demônios em cima de nós. E que nós, mais uma vez, liberemos feras ainda mais descontroladas em cima do outro, fazendo assim um circo de inconveniências que, na maioria dos casos, gera no mínimo um desafeto difícil de tratar, e que às vezes é carregado por anos, e até por uma vida inteira.

7. A palavra chave aqui é Controle, precisamos domesticar estas feras e uní-las de forma que elas possam trabalhar em nosso favor, para isto é preciso primeiro corrigir os efeitos danosos de acordo com sua gravidade e amplitude; separemos, portanto, os problemas a fim de tratá-los separadamente, para que os efeitos curativos sobre os problemas sejam dados de forma mais acertada.

8. É comum ao indivíduo comum falar em demasia, claro ele quer impor sua Vontade ao Universo, e acredita que assim o fará, mas sem o devido controle ele só caminhará ao caos, de forma a se confundir e a confundir outros, portanto é necessário neutralizar o efeito destes complexos na Fala, através de Controle Total da Fala, de forma que nem mesmo uma letra em uma frase comum, como um “Bom dia!”, escape a sua atenção, (Ver práticas detalhadas em Liber III vel Jugorum, porém é prudentemente que as práticas devam ser orientadas a fim de se evitar dano, simplesmente devido às comuns má interpretações cometidas através dos anos com relação a obra literária de Aleister Crowley.). Uma vez tendo-se tal controle, dificilmente os efeitos nocivos de tais complexos poderão ser concretizados pela fala, pelo que o hábito será de restringir e vigiar a Fala ao extremo, e aprisionar os complexos na mente, onde devem ser posteriormente educados e manipulados em favor do indivíduo.

9. O próximo passo em nossa Cruzada pela Conquista do Controle de nossos Complexos, é a Ação. Devemos controlar todas as nossas ações, mesmo as aparentemente mais insignificantes. O menor gesto deve estar dentro de sua total observação e controle, nenhum ato ou gesto deve escapar ao seu controle; haverá uma grande vantagem nisto, porque tendo assim tão total controle, dificilmente você cometerá gafes que não queira cometer, e não terá nunca que dizer a alguém que pede desculpas porque foi sem querer, e mais uma vez os complexos ficarão retidos dentro da esfera mental, onde podem ser devidamente trabalhados, sem o ruído e a convulsão do universo externo.

10. Pronto, não é? Não, não está pronto, se faz necessário cortar o mal pela raiz, dominar e controlar completamente o pensamento, de forma que os Complexos sejam filtrados, e que sua ação sobre a mente não influencie nossos julgamentos com respeito a qualquer coisa, faça o possível para limitar sua esfera de pensamento a um certo padrão, que poderá ser alterado de acordo com sua vontade ou necessidade, a fim de que, qualquer que seja o pensamento fora deste padrão e que seja prejudicial seja literalmente expulso de sua esfera mental e volte ao lado mais obscuro e oculto de nosso ser da qual ainda não conhecemos bem em nossas consciências.

11. Estas práticas são difíceis de serem alcançados pela maioria, problemas com elas não faltarão até a realização completa do método, porém deve ser tentado e realizado, mas haverá casos em que parecerá impossível realizar e o indivíduo poderá utilizar-se de um método mais simples, porém menos eficiente e, portanto, com resultados parciais, que servirão tão somente como uma prática introdutória. Vamos a ela.

12. Esta forma de engodo, sim isto mesmo engodo, ilusão, logro, a ser utilizado ao controle dos vilões da mente, serve tão somente para nos fortalecer a realizar e concretizar o desafio de seguir em frente com as práticas em si. Consta de uma Reflexão, a respeito dos erros e acertos acerca de nossas atividades cotidianos, principalmente no trato com pessoas conhecidas e desconhecidas. Esta Reflexão deverá constar de uma análise positiva aos fatos, e de uma análise do ponto de vista negativo; sendo que, primeiramente o indivíduo deverá visualizar os efeitos provocados pelos complexos e julgá-los de forma imparcial, como se fosse um juiz julgando um réu, totalmente sem relação afetuosa a ele, mas que, porém, conhece bem sua história profundamente, como se tivesse lido o diário deste réu. Este diário deverá constar provas contras e a favor e o mais elevado senso de severidade deverá ser aplicado no julgamento, porém a misericórdia também será concedida pela não aplicação do castigo, sendo que a repetição dos atos, falas, ou pensamentos “criminosos”, incorrerá em pena dobrada. Mas como dito anteriormente, isto é uma forma de motivação e ampliação do campo de visão crítico do praticante, e não deve substituir a prática em si, mas antecedê-la, fortalecendo o indivíduo no que se refere ao cumprimento da tarefa principal que será o controle de complexos.

13. Amor é a lei, amor sob vontade.


Autor: Frater OSEA

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