As idéias intuitivas a respeito da natureza das Sephitoth só podem surgir depois que as abordamos exaustivamente de forma intelectual.
Estudando os símbolos ligados a Sephira podemos transcender a linguagem e criar um quadro geral da energia em questão. É impossível conhecer Kether, da mesma forma que não se pode olhar a face de Deus e continuar vivo. No entanto podemos estabelecer alguns princípios acerca de Kether através de seus símbolos, ao inter-relacionar os símbolos nos orientamos no sentido de cada aspecto específico da Sephira.
Os símbolos de Kheter são:
Representa as energias dirigentes, quando relacionada ao corpo humano (microcosmo), fica sobre a cabeça, é o sagrado orientador, a glória a qual aspiramos, a energia á qual os processos dos nossos cérebros estão subordinados, é o nosso espírito essencial. No macrocosmo é a coroa situada acima de toda a criação. Ela descansa sobe a cabeça de Adam Kadmon, o homem arquetípico do Zohar, símbolo de todo o Universo visível e também aquilo de onde toda criação se origina. Nos levando a outro símbolo:
Pode-se dizer que Kether é o ponto, mas o ponto não é Khether, ele é apenas uma ideia, um referencial para nossos pensamentos humanos a respeito de Kether. O ponto é completo em si mesmo, sem dimensões ou definições externas, representa a unidade total.
É onde o Universo começa e também onde termina. A Kheter é atribuído o número 1, que também é representado pelo ponto, este número tem o potencial matemático de se tornar todos os outros por simples adição. Os números são a forma mais pura de símbolo. O 1 é também o principio não-manifestado, é dele que emana toda a manifestação e é a ele que ela retorna quando esgotada sua existência efêmera; é o princípio ativo; o criador. O um é o local simbólico do ser, fonte e fim de todas as coisas, centro cósmico e ontológico.
Símbolo do Ser, mas também da revelação, que é a mediadora para elevar o homem, através do conhecimento a um nível superior. O um é o centro místico de onde se irradia o espírito.
Kether alude também “aos primeiros rodamoinhos de manifestação”, o que nos remete a um novo símbolo:
Representa o movimento vital e rotativo em torno do ponto, ela gira em torno de seu próprio eixo, seus quatro braços representam YHVH em estado primordial, latente, indo se diferenciar em Malkuth (fogo, água, ar e terra).
Se imaginarmos o movimento de rotação em grande velocidade os braços serão indistinguíveis, dando a impressão de ser um ponto.
Assim como em cima é embaixo – Portanto Malkuth é o mais denso desenvolvimento do universo, a noiva de Macroprosopus, a manifestação material da energia primordial de Kether.
Eles são os primeiros, o número 1 está relacionado a eles, representando o espírito em ação, unindo os quatro níveis de cada elemento e respondendo ao domínio das letras do nome da Kheter de cada um.São as raízes dos 4 elementos, são superiores e completamente distintos dos outros arcanos menores, neles não há manifestação dos elementos sob sua forma material. Os Ases são o vínculo entre as cartas menores e as Princesas (Malkuth). Os Ases não são os próprios elementos, são suas sementes, a possibilidade de “vir a ser”.
É importante lembrar que estes arcanos menores não são idênticos as suas raízes Sefiróticas, são primordialmente sub-elementos, e embora sejam sublimes, poderosas e inteligentes; são apenas “forças cegas” sob o Demiurgo, Tetragramaton.
A origem dos poderes do fogo representa o fluxo primário de energia do universo, ela é Kether de Atziluth, a influencia de Khether no nível do Puro espírito. É uma explosão Solar-Fálica de chamas da qual brotam raios em todas as direções.
Essas chamas são Yods dispostos na forma da arvore da vida. Ele é derivado do Lingam e do Sol. É a energia primordial do divino se manifestando na matéria, mas num estágio tão primitivo que não está ainda definitivamente formulado como Vontade.
Ele é Kheter de Briah, a influencia de Khether no nível mental.
O elemento água está em sua forma mais secreta e original. É o complemento feminino do ás de Paus, sendo derivada da Yoni e da Lua, ela representa a forma essencial do cálice sagrado. Sobre o mar escuro da grande mãe há flores de Lótus, dois em 1 que enchem a taça com o fluído da vida. Acima da taça, se encontra a pomba que consagra o elemento, na base da taça está a lua, concebendo, gerando e produzindo a segunda forma de sua natureza.
A origem dos poderes do Ar, a influencia de Kether no mundo Astral, o mundo das formas fugazes, trata-se de uma força invocada, ela é o resultado da conjunção do fogo e da água, lhe falta a pureza de seus superiores na hierarquia masculina, o fogo, o sol e o falo. Falta-lhe a vontade concentrada do fogo para se unir á água, o Ar não possui semelhante paixão pela terra. O Ar é de grande passividade, não possui nenhum impulso autogerado, ele é posto em movimento por seu pai e mãe, e assim manifesta seu formidável poder. O Ar, mais denso que o fogo e a água, ataca seus objetivos de uma maneira que os anteriores jamais poderão igualar.
A carta representa a espada do mago, coroada com o diadema de 22 raios de pura luz.
O número se refere aos trunfos; e também 22 = 2 x 11, a manifestação mágica de Chockmah, a sabedoria, o Logos, Thelema. Esta palavra emite um fulgor de luz, dispersando as nuvens escuras da mente.
Com o advento do novo Eon o elemento terra muda totalmente de concepção, deixando de ser Passivo, imóvel e “maligno”.Na nova doutrina do Tetragramaton, o componente terrestre, a He final, a filha é colocada no trono da mãe para despertar a longevidade do Todo-Pai.
Tem sido costume dos editores e desenhistas de baralhos colocar seu selo pessoal no ás de discos, portanto o símbolo central deste ás é o hieróglifo pessoal de Crowley, ao centro há uma outra forma do Tetragramaton, o falo, mostrando sol e lua, com o número 666 devidamente inscrito, como se para equilibrar, ajustar-se a vésica, com os 7 setes somando 156 = Babalon, como o quadrado mágico de 6 adiciona a 666.
Em torno desse disco revolvente estão suas seis asas. O símbolo inteiro não é somente um glifo da terra, tal como entendida no novo Eon, como também do número 6 o número do sol. Esta carta é uma afirmação da identificação do sol com a terra. (a prática de Líber Resh facilita a compreensão desta relação.).
Autora: Soror Bastet S.