Gaudium pro Mortuis

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Este é um rito para ser executado após a morte de alguém, ou no dia de aniversário de sua morte. É um ritual para a celebração da Grande Festa da pessoa, não com tristeza e sim como alegria pela recepção da Coroa de Tudo.

Preparação

O(A) Oficiante

Veste-se de branco, um robe simples.

O Altar

Situado no centro do Templo, deve estar coberto com um tecido branco. No centro dele, uma única vela branca com um símbolo solar, um cálice e uma jarra de vinho ou outra bebida festiva.

Sugere-se, por razões de segurança, que se preparem suportes adequados para as outras velas a serem colocadas sobre o Altar.

Participantes

Cada um dos participantes porta uma vela simples, apagada, e um cálice.

O Ritual

OFICIANTE: Hoje nos unimos em celebração e alegria, na memória de [NOME OU NOMES].

Todos batem palmas no padrão 333-55555-333.

O(a) Oficiante faz o Sinal de Osíris Morto.

OFICIANTE: Faze o que tu queres será o todo da Lei.

TODOS: Amor é a lei, amor sob vontade.

OFICIANTE: Término de tudo o que vive, cujo nome é inescrutável, sê favorável a nós em tua hora.

TODOS: Que assim seja!

OFICIANTE: Em tempos antigos acreditava-se que a cada Ocaso o Sol estava morto. E que a cada Aurora ele ressuscitava. Este pensamento foi a base para muitas das filosofias, religiões e sabedorias desses tempos. Mas o tempo avança, os Eons passam, nada que é vivo fica verdadeiramente estagnado. Assim também nós o fazemos, seja como indivíduos, seja como espécie.
Thelemitas que somos, não descartamos cegamente o conhecimento dos tempos antigos. Nós honramos e reverenciamos esse conhecimento. É sobre esse conhecimento acumulado que firmamos nossos pés para que possamos olhar para além dos horizontes que nos limitam. Porém também entendemos que mero conhecimento é matéria inerte, é uma espada cuja lâmina enferruja e cujo fio se perde. Aumento de conhecimento deve ser acompanhado de aumento de sabedoria, a pedra sagrada que limpa e afia a lâmina.
Thelemitas que somos, sabemos que o conhecimento dos tempos antigos deve ser visto sob novos olhares, novas perspectivas, novas sabedorias. E assim novos significados brotam do fruto que caiu da velha árvore e da semente renovada uma nova planta surge, trazendo em seu âmago a velha árvore, ainda assim distinta em sua individualidade.

O(a) Oficiante traça sobre si um círculo horizontal fechado, olhando para cima, a mão em figa.

OFICIANTE: Antes, acreditávamos que a vida era um círculo fechado. Nascimento, crescimento, decrepitude, morte e renascimento. Mas esse era o ponto de vista de quem olhava o Sol a partir da Terra, acreditando que o símbolo que eles nos deixava era esse. Era o conhecimento de então. Hoje sabemos que o Sol não nos orbita e sim o contrário.
Hoje colocamos a nós mesmos como o Sol. O Centro e o Equilíbrio de todo o nosso Universo. E, assim o fazendo, ao olhar para o ciclo da vida, maravilhamo-nos ao descobrir que era uma ilusão.

O(a) Oficiante traça uma espiral no sentido horário à sua volta girando o corpo com o braço direito estendido, a mão em figa, começando na altura de seus genitais e terminando acima da cabeça.

OFICIANTE: A vida não é um circulo fechado, pois isso seria apenas outra forma de estagnação. Quando nos colocamos no lugar do Sol percebemos, com esta nova sabedoria, que a vida é uma espiral, que não há morte e renascimento, mas morte e evolução.
Thelema não nega a morte, mas a aceita alegremente como parte dessa espiral infinita de vida constante. “Empenha-te sempre por mais! e se tu fores verdadeiramente meu — e não duvides disto, se tu estás sempre alegre! – a morte é a coroa de tudo.”

O(a) Oficiante faz o Sinal de Abertura do Véu.

OFICIANTE: Lembremo-nos com alegria de [NOME ou NOMES], celebrando sua vida e coroando sua morte.

Cada um dos participantes vai até o Altar e fala um pouco sobre a(s) pessoa(s) homenageada(s), algo alegre, amoroso, engraçado ou que mostre a importância daquela(s) pessoa(s). Em seguida. acende sua vela na chama da vela do Altar e a coloca lá.

O(s) Oficiante faz o Sinal de Fechamento do Véu.

O(a) Oficiante faz o Sinal de Osíris Ressurrecto.

OFICIANTE: Para aqueles de cujos olhos o véu da vida caiu possa ser garantida a realização de suas verdadeiras Vontades; seja sua vontade a absorção no Infinito, ou estar unido com seus escolhidos e preferidos, ou estar em contemplação, ou estar em paz, ou alcançar o trabalho e heroísmo da encarnação neste planeta ou em outro, ou em outra Estrela, ou qualquer outra coisa, a eles possa ser garantida a realização de suas vontades; sim, a realização de suas vontades.

TODOS: Que assim seja!

OFICIANTE: Que possamos celebrar com os corações alegres, na felicidade da vida e no festejar da morte, que um dia chegará para todos, mas para ninguém.

O(a) Oficiante enche o cálice do Altar e, em seguida, os cálices de cada um dos participantes.

OFICIANTE: Brindemos!

Todos erguem suas taças.

TODOS: Thelema!

Todos bebem todo o conteúdo das taças e as erguem novamente.

TODOS: Agape!

Todos pousam seus cálices. O(a) Oficiante bate palmas no padrão 333-55555-333.

Ilustrações

Osíris Morto

Osíris Ressurrecto

Abertura do Véu

Fechamento do Véu

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