Cerimônia do Dragão

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Este é um ritual para ser executado em comemoração à Festa do Dragão, celebrada no dia 1º de novembro em referência ao Sol no Decanato Sucedente de Escorpião. O rito aqui presente é adaptado ao Hemisfério Sul, celebrando o meio da Primavera.

Preparação

O(A) Oficiante

Veste-se de negro com detalhes em verde e branco.

O Altar

O Altar está coberto por um tecido vermelho. Sobre ele estão as Armas Mágickas: Cálice, Pátena, Adaga, Açoite, Corrente e Sino. Queimam ali, também, três grandes velas brancas. A Oeste dele encontra-se um Cajado, coberto por um véu de tecido negro. No Cálice, encontra-se uma bebida amarga.

O Ritual

O(A) Oficiante toma o Açoite e o estala três vezes. Em seguida, toma a Adaga e traça com ela uma grande Cruz abrangendo todo o Templo.

OFICIANTE: Os Espíritos estão famintos e o Véu é fino como gaze. Faze o que tu queres será o todo da Lei.

TODOS: Amor é a lei, amor sob vontade.

O(A) Oficiante faz o Passo e o Sinal apropriado de Homem e Irmão / Mulher e Irmã. Todos respondem com o sinal de Saudação.

Oficiante: A boiada me cercou, os fortes touros de Basã. Suas bocas se abriram sobre mim, seu mugido como o rugir de leões. Qual água eu me desfaço, meus ossos esfacelados, meu coração derretido em meio às minhas entranhas. Minha força esvaída, minha língua inchada. Tu me depusestes ao pó da morte. Pois os cães me cercaram, a assembleia dos ímpios me cercou. Meus pés e mãos, traspassados. Derramados no chão, meus ossos me olham; eles me encaram.

O(A) Oficiante traça em direção a Sudeste o Sinal de Taurus.

OFICIANTE: Tu devoraste a Lua: eis a maravilha do Pensamento.

O(A) Oficiante brande o Açoite.

O(A) Oficiante traça em direção ao Nordeste o Sinal de Virgo.

OFICIANTE: Tu devoraste a Terra: eis a maravilha do Êxtase.

O(A) Oficiante beija a Adaga.

OFICIANTE: O Sol desejais devorar, qual feito pelo Mestre do Templo. Que vós tenhais, então, o auxílio Dele.

O(A) Oficiante, simbolicamente, corta com a Adaga o véu que cobre o Cajado.

OFICIANTE: Compartilha conosco Teu Conhecimento, ó, Ancião!

O(A) Oficiante faz os Sinais de Puer, Puella, Vir e Mullier em direção ao Cajado. Ele(a), então, remove o véu que cobre o Cajado e o coloca sobre seus próprios ombros, de forma aberta. Toma para si o Cajado. Volta-se para o Altar e faz o Sinal de Osíris Morto.

OFICIANTE: Tríplice é a Natureza da Vida: Água, Serpente e Escorpião. E destes, o Escorpião é aquele que, não tendo a Luz e a Coragem de Leão em si, ao ver-se rodeado pelo Fogo, crava em si mesmo seu ferrão, entregando-se à Morte. Assim são os Irmãos Negros, que clamam “eu sou eu”, aqueles que negam o Amor, restringindo-se à sua própria Natureza. Mas a Serpente é a Natureza Secreta do Ser Humano, que é Vida e Morte, e abre seu Caminho através das Gerações em Silêncio. E a Águia é aquele Poder de Vida, que é Chave de Magick, elevando o Corpo e seu Aparecimento aos mais Altos Êxtases com suas Asas. Pois é assim que a Esfinge vê o Sol sem piscar e confronta a Pirâmide sem Vergonha. Nosso Dragão, portanto, combinando as Naturezas da Águia e da Serpente, é o nosso Amor, Instrumento da Vontade, por cuja Virtude realizamos a Obra e o Milagre da Substância Única, como diz vosso ancestral, Hermes Trismegistus, em sua Epístola de Smaragna. E este Dragão é chamado Teu Silêncio, pois que na Hora de sua Operação, aquilo dentro de vós que diz “EU” é abolido em sua Conjunção com o Amado.

O(A) Oficiante faz o Sinal de Vir.

OFICIANTE: Será assim o Sol devorado?

O(A) Oficiante faz o sinal de Puella.

OFICIANTE: Qual será a escuridão por vir?

O(A) Oficiante faz o Sinal de Osíris Ressurrecto.

OFICIANTE: Em todo o Universo, a escuridão só pode ser encontrada na sombra de um planeta opaco, grosseiro, por assim dizer. O próprio Universo é uma inundação de Luz eterna. Da mesma forma, a morte ocorre apenas por acidente, vós vos escondeis nas sombras de vossos corpos grosseiros e, tomando-os por realidade, a tem temido.

O(A) Oficiante vai para a Leste do Altar.

OFICIANTE: Energia misteriosa, triforme, Matéria misteriosa, em quádrupla e sétupla divisão, a interação de cujas coisas se tecem a dança do Véu da Vida sobre a Face do Espírito, que haja Harmonia e Beleza em nossos amores místicos, que em nós possa haver saúde e riqueza e força e prazer divino de acordo com a Lei da Liberdade; possa cada um perseguir sua Vontade como um homem forte que se regozija a seu modo, como o curso de uma Estrela que brilha para sempre entre a alegre companhia do Céu.

TODOS: Que assim seja.

OFICIANTE: Para aqueles de cujos olhos o véu da vida caiu possa ser garantida a realização de suas verdadeiras Vontades; seja sua vontade a absorção no Infinito, ou estar unido com seus escolhidos e preferidos, ou estar em contemplação, ou estar em paz, ou alcançar o trabalho e heroísmo da encarnação neste planeta ou em outro, ou em outra Estrela, ou qualquer outra coisa, a eles possa ser garantida a realização de suas vontades; sim, a realização de suas vontades.

TODOS: Que assim seja.

O(A) Oficiante volta-se para o Oeste e ergue o Cajado.

OFICIANTE: Ergue-te, ó Apep, a Serpente! Tu és Adonai, o Amado! Tu és meu querido e meu senhor, e Teu veneno é mais doce que os beijos de Ísis, a Mãe dos Deuses! Pois Tu és Ele! Sim, Tu deves engolir Asi e Asar, os filhos de Ptah. Tu derramarás uma torrente de veneno para destruir as obras do Mago. Somente o Destruidor te devorará. Tu enegrecerás Tua garganta, onde Teu espírito habita. Ah, Apep, Ah, Serpente! Como Te amo!

O(A) Oficiante traça com o Cajado um Pentagrama de Invocação da Água sobre o Altar.

OFICIANTE: Ha-i-ra v’hakitza lamishpautai elohai v’adonai lereevee.

O(A) Oficiante toma o Cálice em suas mãos e, virando-se para o Leste, o ergue.

OFICIANTE: O que vedes é o Cálice do Vinho da Morte!

O(A) Oficiante volta para o Oeste do Altar, pousa o Cálice e o Cajado, e faz o Sinal de Apophis e Typhon.

OFICIANTE: Chamat tininim ienam v’rosh petinim achzor.

O(A) Oficiante enrola a Corrente em seu pulso direito, toma a Adaga com sua mão direita e a coloca contra o peito. Com a mão esquerda, toma o Cálice e bebe.

OFICIANTE: Ah, Mensageiro do Amado, deixe Tua sombra sobre mim!

O(A) Oficiante se ajoelha frente ao Altar. Levanta-se. Toma o Cajado em sua mão esquerda e o Cálice em sua mão direita, colocando-os contra o peito. Em seguida, recoloca o Cálice no Altar e o Cajado em sua posição original.

OFICIANTE: Faze o que tu queres será o todo da Lei.

TODOS: Amor é a lei, amor sob vontade.

OFICIANTE: A Terra e suas alegrias não são mais que sombras.

O(A) Oficiante toma o Cálice com ambas as mãos.

OFICIANTE: Não há limites para a Luz, mesmo para os que bebem deste Cálice.

O(A) Oficiante retira o véu de seus ombros e cobre novamente o Cajado com ele. Volta-se para o Leste. Traça sobre o Altar um grande Sinal de Escorpião em direção Leste.

OFICIANTE: Agora, que a Luz vos santifique inteiramente. E que vossos Espíritos, Almas e Corpos sejam totalmente devorados, na vinda do poderoso Dragão.

O(A) Oficiante bate o sino: 333.

Ilustrações

Os Sinais Ritualísticos

Puer
Puella
Vir
Mullier
Osíris Morto
Osíris Ressurrecto
Apophis e Typhon
Posição de Dieu-Garde e Passo
Sinal de Homem-Irmão / Mulher-Irmã
Sinal de Saudação

Símbolos dos Signos

Touro
Virgem
Escorpião

Pentagrama

Pentagrama de Invocação da Água
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