A partir da teoria de que nós mulheres servimos de mediadoras para que o amor da deusa se manifeste em Malkuth, a prática mágica aqui sugerida mostra como a nossa vitalidade, alegria de viver e nossa relação com o aspecto feminino da divindade pode nos proporcionar uma nova consciência através da visão instintiva, dinâmica e erótica de nossa natureza, transformando esta imagem arquetípica em um fator ativo para a consciência humana. Embora seja este um ritual simples, o exercício de desconstrução de uma visão arquetípica feminina e ultrapassada que perdura há séculos, traduzindo nossa maior fonte de entendimento e saber em apenas um receptáculo ou objeto de reprodução passivo e passível de manipulação sob o olhar repressor do macho ainda torna este processo de libertação e afirmação do “eu” como unidade, algo complexo e difícil de lidar.
Não basta queimar sutiãs em praça pública, se o achar confortável, use-o. De acordo com Sartre nos tornamos escravos ou objetos quando o para-si torna-se para-outro, ou seja, quando todas as mulheres perceberem suas capacidades e toda beleza de ser feminina não mais precisaremos nos esconder atrás de um comportamento de passividade e recolhimento, escravidão é apenas uma escolha e ser feminina é ser humana, mas acima de tudo, é ser divina!
Primeiramente, monte seu altar utilizando alguns objetos que simbolizem a Deusa Afrodite, inicie seu ritual de preferência no dia e hora relacionados ao planeta Vênus. No altar poderá ter rosas vermelhas, ametistas ou uma esmeralda verde, incensos de almíscar, velas vermelhas, uma imagem de Afrodite ou apenas o símbolo de Vênus.
Após o preparo do altar, tome um banho ritualístico com essência de almíscar ou outra de sua preferência; misture com água e passe por todo o seu corpo, lentamente, percebendo cada movimento e cada parte do seu corpo, agradecendo à Deusa e pedindo-lhe purificação.
Terminada esta fase do banho, mantenha-se nua. Coloque uma música suave e sinta-se livre, movendo todas as partes do seu corpo de maneira natural, percebendo o êxtase da libertação. Faça isto até que consiga se conectar a tal ponto com seu corpo, que nada ao redor lhe tire a concentração num estado de puro transe.
Vá para o altar e faça um banimento; sugiro o RMP. Após o banimento, fixe o olhar na figura de Afrodite, e recite em voz alta e clara:
Oh! Sagrada e amada Deusa Afrodite… Criadora de tudo o que é silvestre e livre, é teu nome que invoco neste circulo sagrado! Oh! Esplendorosa e a mais bela de todas as Deusas. Peço-lhe de todo o meu coração que me guie pelos caminhos do amor e da liberdade! Que meu êxtase seja teu êxtase! Que meus olhos vejam o mundo através de teus olhos! Que haja beleza no caminho, nas lutas, nos ordálios e em todos os momentos de dor. Que sua luz permeie todo o meu ser e me proporcione sabedoria para lidar com as minha escolhas, que tudo seja sempre em teu nome! Oh! Grande Deusa, esteja comigo em meu rito sagrado, dê-me o prazer de sua presença! Que assim seja!
Visualize toda a sua mitologia, viva este momento, imaginando-se como Vênus, lembre-se sempre que Vênus é associada a todos os aspectos da condição feminina, símbolo do amor, do prazer, da autossatisfação, do autoconhecimento, do ato de criar e tornar férteis ideias, das manifestações artísticas, erotismo e talentos.
Boa sorte!