Faze o que tu queres será o todo da Lei.

Diariamente nos ocupamos de atividades mentais improducentes. Atividades básicas resultantes de anos de treinamento cego, sedimentando hábitos que, na maioria das vezes, sequer nos damos conta.

Esse fato sintomático ocorre em várias instâncias. Desde decidir o lado da cama em que vamos dormir, até a fazer as contas para pagar as dívidas ou pensar no patrão chato enquanto se toma café da manhã. Essa mecanicidade cerebral se intensifica na medida em que acumulamos experiências (e dependemos delas pra reagir ao mundo), tornando esse nível de consciência um ciclo difícil de se romper; reduzindo nosso cérebro a um mero “cinto de utilidades”. Essa bagagem de referência nos é muito útil, mas é em si própria, uma armadilha para nos apreender a liberdade. Ela é saudável para nossa sobrevivência social, mas é fatal para a espontaneidade, para a intuição e mais do que tudo para a potencialidade divina da consciência humana. Esse ciclo mecânico e automático equivale ao estado vibracional da Mente Inferior.

O cérebro humano, muito mais que um armazém de memórias ou um receptáculo de pensamentos e devaneios, é um canal de comunicação com o plano divino, uma bobina de energia pronta para se expandir em todas as direções ou se retrair até o silêncio do Nada. O que acontece é que todas essas memórias e pensamentos da Mente Inferior, tão úteis e essenciais ao cotidiano do homem comum, são na verdade, barreiras que impedem o cérebro de trabalhar num nível de consciência livre e desempedido de condicionamentos, isento de impressões e preconceitos.

Essa Mente Inferior pode ser interpretada como o estado normal de funcionamento do cérebro. Mas isso somente àqueles que nunca experimentaram o êxtase único de vivenciar a mente superior de maneira consciente e controlada.

A Mente Inferior só faz o que lhe foi ensinada, e o pior, num nível quase inconsciente! Ela está condenada a se repetir em todos os aspectos de seu funcionamento, e quando se defronta com algum acontecimento novo ou inesperado remete o seu “usuário” à dor, à ansiedade, à raiva, àa angústia e a uma série de outros venenos psicológicos.

A Mente Superior, em contrapartida, é livre de amarras. É clara em seu frescor puro e espontâneo. A Mente Superior não reage. Ela age e interage.

São estados distintos de funcionamento da mente. Porém, existe um ponto em comum entre eles: ambos podem ser estabelecidos pela prática diária e pela repetição de certas condições mentais. Enquanto a Mente Inferior se restringe nos inserindo num ciclo vibracional de energias pré-formatadas a Mente Superior nos liberta, nos levando a um estado mental onde tudo é novo, único e divino.

O Treinamento para a mente inferior é o monólogo constante do cérebro na tentativa desesperada de se reconhecer como uma individualidade, justificando sua existência através da fisiologia de nossa percepção sensorial.

O Treinamento para a Mente Superior é o Silêncio.

E a mente só se cala, em meditação.

Amor é a lei, amor sob vontade.