Cerimônia das Estrelas

Este é um ritual para ser executado em comemoração à Festa das Estrelas, celebrada no dia 1º de fevereiro em referência à entrada do Sol no 2º Decanato do Signo Astrológico de Aquário.

Preparação

O Templo

O Pequeno Altar está no Sul do Templo; sobre ele, uma vela acesa e o Livro da Lei. Ao Norte do Templo, o Grande Altar, com a Estela da Revelação e 12 velas à sua volta, um jarro com Leite de Estrelas e cálices para os participantes. Ambos os Altares são cobertos de preto. Um assento está ao norte do Grande Altar.

Mater Coeli

Para esta função, dá-se preferência à uma oficiante mulher. Veste-se de branco com ornamentos roxos e vermelhos. Um véu negro ou azul escuro cobre seu corpo inteiro. Coloca-se o Norte do Grande Altar.

O Arauto

Veste-se de branco e preto. Porta um cajado cerimonial.

O Ritual

A Mater Coeli está sentada no assento, ao Norte do Altar, sob o véu. O Arauto recebe a Congregação à entrada do Templo, entregando a cada pessoa uma vela e colocando-as entre os dois Altares. Quando todos entram, coloca-se junto ao Pequeno Altar, posicionando-se ao Sul deste.

O Arauto bate seu cajado no chão: 333-55555-333

TODOS
“‘Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!’ E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: ‘Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?’
E eu vos direi: ‘Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.'”
[“Soneto XIII”, Olavo Bilac]

MATER COELI
Meus filhos, será que não conheceis a alegria de deitar-se no deserto e contemplar as estrelas na majestade de seu movimento calmo e irresistível? Já pensaste lá que és também uma estrela, livre porque consciente, de acordo com a Lei e determinação de teu próprio ser? Foi a tua própria Vontade que te prendeu em tua órbita. E assim, aceleras em teu caminho de glória em glória, em contínua alegria. Ó, meus filhos; ó, recompensa de Minha Labuta; ó harmonia e completude de Minha Natureza; ó, símbolos de Minha Lida; ó, testemunhas de meu Amor por teu Pai, o Sol, adorável em vossa inocência como ele em Sua perfeição. Não é esta, verdadeiramente, a intoxicação do espírito no máis íntimo: ser absoluta e eternamente livre? Correr e retomar ao curso no jogo do Amor? Constantemente cumprir a natureza em Luz e Vida? “Flutuando no ar, ó, meu Deus”, sem apoio, sem constrangimento: voa em tua própria rota, ó, cisne, ó, bem aventurança do brilho!

O Arauto toma a vela do Pequeno Altar e acende com ela a vela da pessoa mais próxima dizendo:

ARAUTO
Chama do coração.

Ao ter sua vela acesa, a pessoa responde:

PESSOA
Esplendor das estrelas.

A pessoa repete o gesto com quem estiver ao seu lado, cada um dizendo “chama do coração” e tendo por resposta “esplendor das estrelas”. E assim por diante, até que todas as velas estejam acesas.

Enquanto a chama é passada de vela em vela, o Arauto toca suavemente o sino e a Mater Coeli, após traçar com o polegar em figa um Pentagrama Anverso (virado para baixo) de Invocação do Ar, a ponta em direção à jarra, , recita em voz baixa:

MATER COELI
NIIASA! Bagile avavago gohon. NIIASA! Bagile momao siaionu, od mabezoda IAD oiasamomare poilape.
[ENOCHIANO: “Venham! Pois os Trovões falaram! Venham! Pois as Coroas do Templo e o Manto Daquele que é, foi e será coroado, estão divididos!”]

A Mater Coeli ergue a jarra com o leite das estrelas e descreve com ela o Sigilo de Aquarius, dizendo:

MATER COELI
NIIASA! Zodameranu ciaosi caosago od belioresa od coresi ta a beramiji.
[ENOCHIANO: “Venham! Apareçam para o terror da Terra e para o nosso conforto e para o conforto daqueles que estão preparados.”]

Quando todas a velas estiverem acesas, o Arauto declara:

ARAUTO
Amor é a lei, amor sob vontade.
O prazer do amor é apenas amor. A dor do amor é apenas amor.
O amor não se importa com o que não é. O amor não se importa com o que é.
A ausência exalta o amor. A presença exalta o amor.
O amor move-se sempre de altura de êxtase em altura de êxtase. O amor nunca falha.
As asas do amor não murcham com o tempo. As asas do amor não se afrouxam para a vida ou para a morte.
O amor destrói o eu. O amor une o eu com o não-eu. O amor gera Tudo e Nada em Um.

MATER COELI (alto)
Minha cabeça traz por adorno doze estrelas. Meu corpo é níveo como o leite das estrelas. Meu corpo é brilhante como o azul do abismo das estrelas invisíveis. Vinde adiante, ó crianças, sob as estrelas, & tomai vossa plenitude de amor.

A Congregação começa a entoar o Cântico, repetidamente, batendo com seus punhos direitos no peito. O Arauto acompanha as batidas com seu cajado no chão, marcando o ritmo do cântico.

CONGREGAÇÃO
ODO KIKALE AOIVEAE
[Enochiano: “Abra os mistérios da Estrela”]

O Arauto vai até o Grande Altar e chama as pessoas, uma de cada vez, até ele. Ao se aproximarem, o Arauto enche uma taça com o Leite de Estrelas da jarra e entrega à pessoa. A pessoa coloca sua vela no Grande Altar e consome o Leite de Estrelas.

Enquanto isso é feito, a Congregação continua a entoar o Cântico, até que todos tenham tomado o Leite de Estrelas e entregue suas velas.

Quando todos tiverem consumido o Leite de Estrelas, todos se calam. Após uns instantes de silêncio, o Arauto remove o véu que cobre a Mater Coeli, que ergue com o jarro em suas mãos.

MATER COELI
Faze o que tu queres será o todo da Lei.

TODOS
Amor é a lei, amor sob vontade.

O Arauto volta para junto do Pequeno Altar, colocando-se ao Sul deste.

ARAUTO
“As coisas assim a gente não perde nem abarca.
Cabem é no brilho da noite.
Aragem do sagrado.
Absolutas estrelas.”
[“Grande Sertão: Veredas”, Guimarães Rosa]

O Arauto bate seu cajado no chão: 333-55555-333. A Mater Coeli e o Arauto vão para o centro do Templo e dizem juntos:

ARAUTO & MATER COELI
Todo homem e toda mulher é uma estrela.

Todos saem do Templo, com os oficiantes liderando.


Sugestões de Leite de Estrelas

Receita 1: Gemada

  • 1/2 dúzia de ovos
  • 250 g de açúcar de confeiteiro
  • 1 L de creme de leite fresco
  • 2 xícaras de rum escuro
  • 1/2 xícara de conhaque temperado ou aromatizado (sugestão: cravo da índia)
  1. Separe as gemas dos ovos. Cubra as claras e reserve (leve à geladeira).
  2. Bata o açúcar de confeiteiro nas gemas, adicionando-o gradualmente.
  3. Adicione lentamente duas xícaras de rum à mistura, batendo constantemente.
  4. Deixe a mistura repousar descoberta e fora da geladeira por uma hora.
  5. Adicione lentamente o rum restante, batendo constantemente, depois o creme de leite batido, da mesma forma, finalmente (ainda batendo) adicione o conhaque.
  6. Cubra e leve à geladeira por três horas.
  7. Bata as claras em neve até ficarem firmes, mas não secas; depois, adicione-as delicadamente à mistura.

Receita 2: Leite de Onça

  • 1 L leite
  • 1 garrafa peq. leite de coco
  • 250 ml de cachaça
  • 1 lata de leite condensado
  • 2 cascas de canela
  1. Aqueça o leite com a canela, sem levantar fervura.
  2. Retire a canela, reserve o leite e deixe esfriar.
  3. Junte todos os ingredientes, menos a canela, em um liquidificador e bata.